TETINE

Thursday 25 February 2010

Interview in Portuguese...

Here's an interview for Skol Beats...check it out (portuguese only)

Entrevistas

Tetine fala sobre seu décimo álbum

2/22/2010 7:12:03 PM | Por: Raphael Caffarena


Aos 15 anos de carreira, casal conversa com a gente sobre o caminho traçado até aqui, a vinda ao mundo da pequena Yoko, filhinha deles, influências e DIY

Bruno Verner e Eliete Mejorado formam o Tetine desde 1995. Nesses quinze anos de carreira, lançaram dez álbuns, se mudaram para Londres e acabam de dar as boas vindas ao novo membro da banda: a pequena Yoko, filha do casal. Ah, essa não é a única novidade da dupla. No começo de fevereiro, eles lançaram From a Forest Near You, quarto álbum com lançamento internacional, dessa vez pelo selo próprio Slum Dunk Music.

Segundo os próprios, o décimo álbum da carreira é “melódico, melancólico e eletrônico de um jeito não-óbvio”, uma continuação natural de Let Your X’s Be Y’s e uma retomada aos primeiros lançamentos da banda. Conversamos com Eliete via e-mail sobre Yoko, Forest, influências e o futuro de uma das bandas mais prolíficas da cena underground brasileira. Acompanhe:



Qual é a principal diferença entre From a Forest Near You e os outros nove álbuns do Tetine?
Acho que estamos mais maduros, numa fase em que você sabe o que quer da sua música. Mas o DNA do Tetine tá ali pra quem conhece o som desde os primeiros álbuns. Na verdade acho que esse álbum retoma álbuns que fizemos no passado como Música de Amor de 1998, Creme de 1997 e ate Men In Uniform de 2003.

Quais álbuns que influenciaram a gravação de From a Forest Near You?
A gente ouviu muito o início do Kraftwerk, Brian Eno, Can, Cluster, Fall, Kid Creole… que são artistas que admiramos e que de certo modo acabam sempre influenciando no nosso processo de criação. Talvez isso tenha refletido nas faixas do disco de algum modo. Também estávamos ouvindo muito Leonard Cohen, Sun Ra, Arthur Russel, Chet Baker. O Bruno gosta muito de ouvir Debussy, Messiaen, Nico, Novos Baianos, Mutantes… essa era um pouco a trilha que a gente tocava em casa pra Yoko escutar ainda na minha barriga. :-) Não sei até que ponto essas influências estão filtradas nas músicas desse disco, talvez de modo conceitual, metafísico, espiritual.

Estarem grávidos alterou o modo de composição das novas faixas?
Ah sim, altera tudo! Muda tudo, cabelo, unha, pele, corpo, cheiro, sabor, ritmo, velocidade, paladar. Altera o jeito como você pensa, a sua voz, altera seu humor... seus hormônios ficam a mil.

É verdade esse negócio de gravidez deixar as pessoas mais inspiradas?
Olha, no meu caso foi um momento inspirador, eu fiz muita coisa durante a gravidez. Era como se tivesse outra pessoa colaborando também, uma espécie de terceira integrante na banda. Uma semana antes de a Yoko nascer, eu gravei vocais pra uma faixa nova que estamos fazendo para uma coletânea e foi um momento super inspirador.

As três faixas que eu ouvi desse álbum possuem uma pegada pós-punk bem forte – com baixos bem marcados e algumas guitarras barulhentas - mas ao mesmo tempo elas não soam agressivas. Seria o From a Forest Near You um oposto direto ao forte Let Your X’s Be Y’s?
Sim, tem uma pegada pós-punk num esquema mais punk-funk, tem também uma pegada kraut meio cósmica, meio disco e um lado mais experimental de canções e spoken word. A gente ficou muito satisfeito com a produção desse disco. Ele foi praticamente todo gravado e produzido em casa em 2009, sem nenhum tipo de maquiagem, sem nenhum tipo de anestesia... sem pressão. Parto natural:-) Foi acontecendo à medida que fazíamos as músicas. É um álbum muito percussivo com linhas de baixo, guitarras e synths que eu gosto muito e ao mesmo tempo é bem melódico, melancólico e eletrônico de um jeito não-óbvio. Sou suspeita pra falar, mas acho a produção do Bruno nesse disco muito interessante. Tem uma sutileza que é difícil encontrar por aí, porque foge da formula dos padrões de produção. Sobre o que você disse de ser um oposto direto ao Let Your X’s(...), na verdade eu acho que o From A Forest é mais uma continuação do disco anterior, uma espécie de complementação do Let Your X’s. A diferença entre os discos talvez esteja na organicidade do From A Forest que é mais solto, mais relaxado.

Após dez álbuns e quinze anos de carreira, tem algo que o Tetine ainda não fez e quer muito fazer?
Cinema. Queremos fazer mais colaborações com artistas, e também mais música pra filmes!

Quão difícil é para uma banda totalmente independente lançar álbuns, vídeos e singles?
Acho que é um esquema parecido pra todo artista que tem mais autonomia com o seu próprio trabalho, e que está menos comprometido com os padrões comerciais de produção, mercado e das grandes gravadoras. O difícil não é criar, as ideias estão na cabeça e acabam sempre acontecendo se você consegue se organizar. Acho que pra gente isso tudo foi uma coisa natural, a gente faz assim desde o começo da banda, é dessa maneira que gostamos de funcionar. Tanto eu quanto o Bruno viemos originalmente da cena de pós-punk, da música experimental, da performance …onde fazer as coisas com uma pegada mais DIY sempre foi algo muito natural.

Apesar de estarem morando fora há bastante tempo, vocês acompanham esse boom da nova cena eletrônica brasileira? Se sim, quais seus novos projetos favoritos?
Tem muita gente que eu gosto fazendo música no Brasil, mas que eu não sei se fazem parte dessa nova cena de música eletrônica que você está falando. Eu gosto muito da Karine Alexandrino, do Objeto Amarelo, do Carioba com todos os projetos de eletrônica que ele tem, do Duplexx do Rio, adoro o Adriano e as meninas do CSS...

Eu sei que esse negócio de cena serve mais para jornalista do que banda, mas quais bandas/projetos/DJs que vocês acham que fazem parte da cena Tetine?
Julio Barroso, Cabelo, Howard Amb, Soul Jazz Records, Resonance FM, Jarbas Lopes, Cosy Funny Tutti, Guilherme Altmayer, Make a Monster, Lydia Lunch, Helena Ignes, Throbbing Gristle, Panico, Los Super Elegantes, Cynthia Davanzo, B.Lo, Pablo Leon de La Barra Macho, Os Carrascos, James Chance, Kid Creole, Genesis P. Orridge, Yoko Ono, Alice Pink Punk, Tom Ze. Bonde das Bad Girls, Bonde Neurose, Rubs Troll, Lerry Levan, Arthur Russel, Pylon … Jesus, uma cena complexa ;-)

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